05 de Junho – Dia Mundial do Meio Ambiente e Ecologia
Lembremo-nos das orientações tão simples recebidas desde tenra infância dos avós e pais. Justamente por serem simples marcaram tanto o dia a dia e a vida de cada um de nós. Aprendemos a reciclar, a estarmos atentos a todos os tipos de desperdícios, pois era algo considerado grave.
Desde quando aprendi a caminhar ajudava a selecionar as frutas caídas no pomar: as estragadas os animais comiam, as muito maduras produziam geleias, passas, doces, etc. Comíamos as bonitas e firmes e apanhávamos as do estágio anterior à maturação para serem consumidas na cidade durante a semana. Várias espécies de pêssegos, romãs, laranjas, bergamotas, figos, ameixas, peras, goiabas, uvas, etc juntadas por mim eram levadas para os amigos vizinhos da mesma faixa etária. Sentávamos na pracinha em frente a casa ou na calçada da rua e todos comíamos as uvas com as cascas, chupávamos toda a laranja, além de comer o bagaço, tínhamos todos a consciência anti desperdício.
Depois íamos nos pátios plantar as sementes, ensinava a eles o que o pai praticava no pomar. Sobre hortas aprendi tudo com a mãe e desde os 5 anos achava fácil observar as plantações de cerca de 6 vizinhas onde tinham cebolinha, alface, salsa, tomate, beterraba, cenoura, couve, etc. Nas casas da Dona Margarida, Dona Derli, Dona Santa eram só adultos, mas eu dava palpites e trocava mudas. Já na Dona Pequena, Dona Oraci, Dona Cenira os amigos tinham minha idade, 6 anos, época da entrada na escola. Nos demais não haviam hortas nem pomares, na Jacira, Mosa, Júlio, Mana, Luisinho, Cristina e Neca eu olhava os pátios sem plantas e não entendia o porquê.
O ecologismo é filosofia de vida, passada de geração para geração indo além do plano material, mas pode ser conquistado com conscientização gradual. É mais difícil para quem só viveu na “era do desperdício”, ter tomada de consciência rápida. É importante exercitar sobre este convívio estreito, as interrelações entre todos os seres vivos, sobre se um é extinto o outro perde parte de sua integralidade. A mudança é nas mínimas escolhas do dia a dia e precisa desenvolver o “olhar espiritual do Homo Ecologicus”.
Com a valorização das relações bioecológicas através do aumento de ações pontuais em todos os setores, estamos também tentando voltar as raízes simples, porém sem necessariamente descartar o uso de tecnologias. A valorização da agricultura familiar, a produção caseira de alimentos e alguns produtos essenciais, etc ajudam a mantermos a conexão com os antepassados.
Hoje no Brasil, são cerca de 30 mil pequenos agricultores usando homeopatia em pequenas propriedades. Este conhecimento não existia há 40 anos atrás quando comecei intuitivamente os ensinamentos desta tecnologia para tratamento dos ecossistemas. Mundialmente só havia sido citado por 4 autores estrangeiros a hipótese do uso na agricultura, antes dos anos 50, porém sem a devida prática.
Temos a cada dia visto muitos exemplos maravilhosos de sucesso. São alunos, familiares, vizinhos, amigos, cientistas, entidades nacionais e internacionais, públicas e privadas e outras tantas pessoas que também passaram a pesquisar as doses infinitesimais símiles. O uso não só nas plantas, mas nos solos, nas águas, ecossistemas, na indústria comum, máquinas, como tenho teorizado, pesquisado e ensinado estes anos todos.
Prof.ª Eliete M M Fagundes