Série miasmática: Tuberculinismo – parte 4
O CALOR HUMANO, OS RELACIONAMENTOS AFETIVOS E O TUBERCULINISMO
Sabemos que nossa marca indelével, muito conhecida nos outros continentes é o calor humano, o que vem corroborar o miasma predominante. Este percentual de brasileiros tocam e beijam naturalmente, também abraçam principalmente quando mais íntimos. O toque é fundamental na sua comunicação e a maioria tem super percepção se devem ou não abraçar determinadas pessoas pois já sentem antecipadamente o poder da rejeição. O que pode ser prazeroso para eles, para outros tipos de personalidades é como uma invasão, detestam sentir alguém tão próximo sem que seja do círculo íntimo da família.
O jeito mais aberto, receptivo, sorridente, alegre, descontraído, amoroso, o alto astral, a demonstração das emoções com ênfase e publicamente é algo que realmente chama a atenção e cativa por onde passa. Mesmo sendo mais tímido, ele consegue dar seu toque especial e colorir onde está preto e branco e com isso possui muitos admiradores, o que lhe agrada, visto necessitar deste calor humano para ajudar a suprir suas carências afetivas. É a criança que chama atenção dos pais, professores, quer ser considerada e querida, não suporta que a rejeitem, levando-a a despertar já no início da adolescência algum grau de comportamento depressivo que possua em seu DNA.
O Brasil tem o maior número de celulares per capta, dados da Anatel indicam que o Brasil terminou fevereiro de 2020 com 227,1 milhões de celulares, por isso vemos a população tão conectada. Também batemos o recorde no número de selfie, pois para estas personalidades é de suma importância compartilhar tudo nas redes sociais. O que faz, o que sente, o que gosta de comer, uma compra, um passeio, festas, viagens, acontecimentos no trabalho, etc., pois assim lhes gera mais segurança, amparo e facilita-lhes a adaptabilidade, principalmente sendo situações novas e desafiadoras. Nos grupos estão sempre postando algo (Bom dia! Boa noite!), mandando beijos e corações, pois sua capacidade de interação social é extremamente grande. Não suportam ficar mal com alguém.
São apaixonados pela família, amigos, pets, pelo celular, a bolsa, sua cama, suas camisetas, plantas, seu blog, etc. Se não houver paixão, se não for algo que realmente o motive e o faça vibrar, então não conseguem disfarçar e os conflitos crescem, principalmente no trabalho por falta de motivação. Não esperam apenas que o salário seja aumentado, esperam carinho, gentileza, agradecimento pelo esforço, que seja notado “Você cortou o cabelo, está lindo! Seu trabalho está ótimo assim!”.
A ingratidão e a reprovação os tornam totalmente contraproducentes. Porém, precisam trabalhar no sentido de conhecerem esta sua dinâmica emocional para aprenderem a superar tantos conflitos diários e não se abaterem e abandonarem a atividade. Lembrar que é muito difícil mudar o comportamento aceito como normal nas empresas onde as pessoas são mais valorizados pelo seu ritmo de produção, etc, para na próxima experiência não se afligirem tanto pela decepção.
Situação semelhante ocorre nos relacionamentos afetivos, em toda experiência existe esta paixão avassaladora, a conexão perfeita, onde todos os sonhos parecem ter sido realizados e as expectativas encontradas. Conservam a alegria e a doação incondicional ao ser amado sempre como se fosse a primeira paixão adolescente, dedicam-se dia e noite ao relacionamento e acabam bombardeando-o sem muitas vezes conhece-lo adequadamente pelo medo do abandono e da traição. Mais uma vez, existe a necessidade do autocontrole emocional, pois podem ser presa fácil de pessoas que não tem escrúpulos, que não participam da mesma ideia de construir um castelo em conjunto.
Dependendo do andamento do relacionamento, rapidamente perdem o interesse pois percebem que o amor ideal e romântico, a felicidade extrema, o entusiasmo sem fim que a grande maioria destas personalidades procura desesperadamente, não foi encontrado. A pessoa procura o cônjuge modelo, aquele que corresponderá em todos os níveis aos seus sentimentos e com isso pode tornar-se mais frio e seletivo, ou ao contrário, menos exigente e sem acreditar que é possível estar bem novamente em novo relacionamento.
Tanto um quanto outro comportamento não é o ideal, visto que ambos demonstram que a pessoa acredita que o outro deve corresponder as suas expectativas interiores e quando amadurecer entenderá que no momento certo aparece a pessoa certa. Que o relacionamento é ligação que exige muita abnegação, perseverança mútuas pois é como uma simetria especular, onde para haver harmonia no casal, precisa existir a aceitação do outro através do quanto eu vejo dele em mim e assim reforço aquele comportamento que não gosto, como num espelho.
O maior desafio para os Tuberculínicos com maior grau e para todos nós que possuímos determinado grau destas características, é estar bem consigo mesmo e em relacionamentos, é superar o medo e a insegurança de ficar só, da rejeição, do não ser amado e querido na proporção ou da forma que sempre sonhamos. A borboleta precisa passar pela fase da crisálida, onde fica imersa em seu casulo, ali elabora transformação inimaginável, pois de lagarta elevar-se-á totalmente mudada, a conversão é algo extraordinário, difícil de entendermos somente pelo lado mental.
Esta metamorfose, remodelamento, reforma, acontece no interior, na alma, assim vemos o Tuberculínico após perda afetiva, término de um relacionamento, ele precisa processar em seu casulo para daí emergir mais forte.
É vital perceber que a natureza dos seus padrões de emoções continuará sendo atingida e machucada, faz-se necessário amadurecer emocionalmente para decodificar e conduzir estas mensagens do meio e assim convertê-las e multiplicá-las para o seu bem. Se conseguir alcançar qualquer nível nesta fase, terá superado uma das escalas, uma das maiores barreiras que poderá alçá-lo ao patamar seguinte, que é a sublimação do amor egoísta e a descoberta do amor real, que é o amor ao próximo, o amor universal.
1 – Anartia jatrophae
Hospedeiro: Bidens pilosa (picão).
2 – Pyrisitia nise
Família: Pierideos / Coliadinae
Hospedeiro: Senna off.
3 – Anthanassa tulcis
Hospedeiro: Dicliptera (acantos)
4 – Melanchroia chephise
Hospedeiro: phyllanthus
Professora Eliete M. M. Fagundes.